O mundo que os economistas antecipam
Por Alexandre Honrado
Mandam-me como coisa certa e confirmada um longo texto, em 20 pontos, que terá sido publicado no “The Economist”.
São 20 ponto que sistematizam uma análise abrangente sobre este duro e massacrado ano de 2021, que ainda agora nem dois meses cumpriu, e que procura sobreviver por entre muita desorientação, medo e morte.
Terão sido mais de 50 especialistas, surpreendentemente motivados por visões futuristas do que está por vir neste pobre 2021.
Quem é especialista em alguma coisa devia temer a futurologia. Esse levantar do véu do que ainda não ocorreu pode ser feitiço contra feiticeiro. Há sempre a exceção de antecipar a meteorologia, a ver se chove daqui a nada pelos próximos dias.
Dos pontos registados pelos “especialistas”, o primeiro desafia-nos. Afirmam que se, por um lado, é nosso desejo como espécie humana a socialização, o modelo de trabalho remoto permanecerá o mesmo. Dizem com certezas que “vamos simplesmente continuar a trabalhar online a partir de nossas casas cada vez mais adaptadas e com reuniões em lugares divertidos e diferentes todos os meses para socializar e conectar-nos”.
Os escritórios irão fechar. Dizem com sabedoria que nem sempre trabalhámos assim e não o faremos para sempre no mesmo esquema.
Viagens, congressos ou reuniões de trabalho nunca voltarão a ser o que eram, se puderem ser feitos online. O turismo de trabalho praticamente desaparece.
Telefonaremos via vídeo. Usaremos painéis internacionais em painéis online.
Os grandes congressos serão em sistemas tecnológicos.
Digital, tecnologia – os vencedores da pandemia.
As casas tornam-se mais tecnológicas e adaptadas ao trabalho diário. Não interessa onde, mas como.
Dizem ainda que a produtividade não depende de um chefe mas das plataformas que ajudam a medir resultados.
Contratar os melhores do mundo hoje é mais fácil, barato e eficiente.
Não haverá diferença entre contratar pessoal local e estrangeiro. Hoje somos todos globais.
Tudo o que é repetitivo torna-se virtual: das igrejas, arte, academias, cinemas, entretenimento. É o fim das infraestruturas físicas que tínhamos antes.
As empresas tradicionais acabam mas o turismo para entretenimento retorna plenamente fortalecido no segundo semestre de 2021, sempre acompanhado de muita tecnologia. As pessoas apreciam mais do que nunca visitar o natural mas com soluções altamente tecnológicas, dizem. Locais mais remotos, experiências mais autênticas suportadas com assistência digital 24 horas por dia, 7 dias por semana, ajudados pelas maravilhas da técnica.
A interação é a base do entretenimento do futuro. Faça parte, experimente o que é autêntico e descubra informações de forma dinâmica.
É isto, entre outras coisas, o que diz o texto que alegadamente foi difundido pelo The Economist. Há mais. Que o tratamento de dados pessoais torna-se mais delicado e as grandes plataformas vão mudar. As pessoas voltam a pagar as assinaturas que garanta confidencialidade, devido ao modelo de transparência que isso envolve. Preferem pagar a doar os seus dados.
As grandes marcas hoje valem pela sua credibilidade. Tudo pode ser copiado ou replicado, exceto o prestígio. O valor da empresa hoje, depende de muitos fatores e não apenas de vendas anuais.
Não enumero agora os pontos seguintes. Fico apenas satisfeito com a experiência que tenho da leitura histórica dos economistas e muito em especial dos jornalistas da área económica. Não são conhecidos ou reconhecidos por saberem interpretar ou antecipar o mundo. Felizmente.
Alexandre Honrado
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